quinta-feira, 7 de agosto de 2014

MAIS UMA VEZ OS VAGABUNDOS ESTÃO MANIPULANDO O LEITE NOSSO DE CADA DIA

Entenda como o álcool etílico foi parar no leite das cooperativas

O Ministério da Agricultura, em inspeção de rotina, encontrou álcool etílico em lotes das cooperativas gaúchas Santa Clara e Piá

OS CAMINHOS DA FRAUDE

A produção de leite no Rio Grande do Sul é investigada desde maio de 2013, quando foi descoberta a presença de água de poço e ureia com formol. Batizada de Leite Compen$ado, a operação do MP teve vários desdobramentos e fases. Na primeira, o alvo foram os intermediários. Depois, a indústria. Agora, o Ministério da Agricultura encontrou álcool etílico e apontou duas cooperativas. Esta etapa não faz parte da Leite Compen$ado. Confira a seguir os caminhos da fraude:

1 - Intermediários

Em maio de 2013, o Ministério Público informou ao Rio Grande do Sul que intermediários estavam adicionando água de poço, não tratada, e ureia no leite que era transportado do produtor para postos de resfriamento, antes de chegar à indústria. Na ureia, foi constatado que havia formol, substância que causa câncer. A fraude começou a ser descoberta quando o Ministério da Agricultura analisou para amostragem a qualidade do leite em um posto de resfriamento. O MP chamou a investigação de Leite Compen$ado, que foi levada adiante em outras fases e chegou até a indústria. Na primeira etapa, foram detidas 14 pessoas, incluindo um vereador de Horizontina.

2 - Indústria

Em maio de 2014, um ano após a descoberta da adição de água e ureia no leite, o MP informou que a fraude, dessa vez, atingia a indústria. Conforme as investigações, empresários sabiam que cargas com leite deteriorado eram maquiadas com substâncias químicas como soda cáustica, bicarbonato de sódio e água oxigenada. A prisão de dois donos de laticínios - Ércio Vanor Klein, da Pavlat, e Sérgio Seewald, da Hollmann - apontou para uma nova fase da Operação Leite Compen$ado. Enquanto as ofensivas anteriores levaram para trás das grades apenas intermediários, como transportadores, foi a vez da indústria concentrar as atenções.

3 - Cooperativas

Em 24 de junho de 2014, o Ministério da Agricultura descobriu, em uma inspeção de rotina, álcool etílico em amostra de leite cru refrigerado da empresa Santa claro, de Carlos Barbosa. Em 15 de julho, a mesma irregularidade foi encontrada em dois lotes de leite UHT e um de requeijão produzidos pela Cooperativa Agropecuária Petrópolis (Piá), de Nova Petrópolis. Após o resultado dos testes e comprovação do problema, os postos de refrigeração das empresas foram fechados. Informados sobre as adulterações, o MP chamará as duas cooperativas para prestarem esclarecimentos. Segundo o especialista de controle de qualidade de alimentos Eduardo Cesar Tondo, professor da UFRGS, essa fraude é econômica e não representa riscos à saúde.


Segundo o especialista de controle de qualidade de alimentos Eduardo Cesar Tondo, professor da UFRGS, não há perigos para a saúde. Ele explica que os fraudadores adicionam o álcool para que o leite seja aprovado no teste de crioscopia, que mede a adição de água no produto que irá para a prateleira:

– É uma fraude econômica. Geralmente há adição de água para aumentar o volume, só que para passar no controle de qualidade do teste de crioscopia, o álcool é colocado e mascara a irregularidade. Provavelmente seja álcool de cozinha, fácil de encontrar.
Desde o ano passado, quando foi deflagrada pelo MP a Operação Leite Compen$ado, em maio, os transportadores e a indústria do leite estão sendo investigados. Na primeira etapa, o MP revelou que intermediários estavam adicionando água de poço não tratada e ureia no leite que era transportado do produtor para postos de resfriamento, antes de chegar à indústria. Na ureia, foi constatado que havia formol, substância que causa câncer.
Um ano depois, a indústria foi alvo da Operação Leite Compen$ado e dois donos de laticínios acabaram presos - Ércio Vanor Klein, da Pavlat, e Sérgio Seewald, daHollmann. Conforme as investigações, os empresários sabiam que cargas com leite deteriorado eram maquiadas com substâncias químicas como soda cáustica, bicarbonato de sódio e água oxigenada.  

http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/noticia/2014/08/entenda-como-o-alcool-etilico-foi-parar-no-leite-das-cooperativas-4568104.html

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